O I "Festival Cultural
Corredor Pano" realizado nos dia 26 a 31 de julho de 2010, na aldeia Kuntamanã, centro cultural, na terra indígena dos
Kuntanawa, ainda não demarcada, em processo de demarcação. Com o apoio do Ministério da cultura - MinC, através do convênio 747.864 e a Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá - OPIRJ proponente . Este festival foi um momento único, que
celebrou a nova união dos povos Pano da Amazônia através da ativação de um
corredor cultural e socioambiental, o "Corredor Pano". O encontro celebrou a união, a integração e fortalecimento no processo de
revitalização de suas culturas.
A aldeia Kuntamanã foi reformado em poucos dias.Liderado por Haru Xinã. Na lua cheia, começaram a chegar de várias partes os parentes da grande família Pano: pajés, lideranças, professores, mulheres, crianças e jovens das etnias Kuntanawa, Kaxinawa (Huni Kin), Yawanawa, Katukina, Jaminawa, Jaminawa-Arara, Arara, Apolima-Arara, Nukini, Poyanawa, Shanenawa e Nawa para reviverem sua cultura ancestral, reconhecerem sua familiaridade, firmar e reafirmar laços de solidariedade. Vieram também os Marubo, povo Pano que vive no estado do Amazonas.
A aldeia Kuntamanã foi reformado em poucos dias.Liderado por Haru Xinã. Na lua cheia, começaram a chegar de várias partes os parentes da grande família Pano: pajés, lideranças, professores, mulheres, crianças e jovens das etnias Kuntanawa, Kaxinawa (Huni Kin), Yawanawa, Katukina, Jaminawa, Jaminawa-Arara, Arara, Apolima-Arara, Nukini, Poyanawa, Shanenawa e Nawa para reviverem sua cultura ancestral, reconhecerem sua familiaridade, firmar e reafirmar laços de solidariedade. Vieram também os Marubo, povo Pano que vive no estado do Amazonas.
Separados pelos tempos
das “correrias” em que foram quase todos dizimados, a atual geração realiza um
reencontro esperado há pelo menos um século.
Este
mesmo povo começa a edificar agora um novo caminho de integração, a partir da
proposta do Corredor Pano, idealizado por Haru. No Acre as terras indígenas e
áreas protegidas se ligam às outras formando um corredor de proteção, mas que
precisa da afirmação e conscientização de todos os que nessas áreas habitam,
bem como de mudança na sociedade dos não índios. Desde o tempo das correrias, a
circulação, visitação estável entre povos estava comprometida. Simbolicamente, o
Corredor Pano foi inaugurado (ou reinaugurado) pelos onze Huni Kuin do rio
Jordão que vieram em quatro dias de caminhada pela floresta, para participar do
festival.
As lideranças e representações dos povos indígenas presentes trabalharam durante o encontro para discutir assuntos comuns relativos a proteção de suas culturas, defesa da floresta e outros assuntos. Selam um compromisso de entre eles e com os não índios pela proteção da biodiversidade, conservação das florestas, água, etc, aos bens que a mar natureza deixou sobre a Terra, sobretudo perante um quadro de mudanças climáticas globais e de alterações ambientais grandes nas terras em que vivem, como reagir a esta situação?
As lideranças e representações dos povos indígenas presentes trabalharam durante o encontro para discutir assuntos comuns relativos a proteção de suas culturas, defesa da floresta e outros assuntos. Selam um compromisso de entre eles e com os não índios pela proteção da biodiversidade, conservação das florestas, água, etc, aos bens que a mar natureza deixou sobre a Terra, sobretudo perante um quadro de mudanças climáticas globais e de alterações ambientais grandes nas terras em que vivem, como reagir a esta situação?
Com o rio seco, muitos
sentiram a questão ambiental na pele, com o transporte de barco mais difícil a
cada “verão” (período de estiagem). Resultado de mudanças ambientais da
derrubada de florestas para colocar gado, e também das mudanças climáticas
golbais que já são bem sentidas na Amazônia.
O símbolo deste
reencontro é forte, todos sentem envolvidos por energia do astral do mundo dos
espíritos, dos ancestrais de todos que lutaram no passado por este momento.
Coisas mágicas acontecem – água brota das pedras, a batata sagrada emerge da
terra, as forças da natureza se manifestam.
Amigos e colaboradores
vieram em delegações de outras partes do Brasil e de outros países
(Groenlândia, Inglaterra, Escócia, Canadá, Suiça, Alemanha, Islândia, Estados
Unidos) para se juntar à festa e somar na luta. Os visitantes do topo do mundo,
da Groenlândia, com seu pajé Uncle, trouxeram também os seus saberes, e
culturas espirituais do mundo todo também se fizeram presentes. Vieram saudar e
trazer sua mensagem de paz para a floresta, seu povo e seus ancestrais.
Aqueles dias foram
marcados pela alegria, uma grande festa com os seres da floresta - rodas de
Mariri todo os dias, apresentações musicais toda noite, sessões de Huni (ayahuasca,
daime). A ayahuasca é uma grande fonte de todos os saberes, feita com as mais
sagradas plantas de poder. Ayahuasca é o portal por onde os seres espirituais e
elementais da floresta trabalham com homens e mulheres da terra pelos objetivos da
paz e do amor. Dentro dessa comunhão, movidos pelos poderes de cura dos pajés, todos
são chamados a ser mais um Txai.
A riqueza cultural dos
povos Pano pode ser de novo revivida, novamente fortalecida. Junto com a
reconquista das terras, vem o esforço pelo renascimento e reflorescimento de
sua cultura, novas sementes, novas flores, novos frutos. Uma grande mensagem
foi deixada pelo encontro - é possível ao ser humano da Terra viver em harmonia
com ela
e com a espiritualidade, é possível a sustentabilidade.
Mariana Pantoja
Através das rodadas de conversa com as principais lideranças elaboramos um documento solicitando a continuidade deste encontro para o fortalecimento cultural do Povos Pano o qual foi encaminhado ao Ministro da Cultura Juca Ferreira. Financiador:
MINISTÉRIO DA CULTURA
PROPONENTE : OPIRJ
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