Projeto Corredor Pano: Povo Kuntanawa

O povo Kuntanawa (povo do coco - kunta é coco e nawa e povo). Estão localizada RESEX, Alto Juruá, Rio Tejo, município de Marechal Thaumaturgo, Acre. Vivíamos em harmonia com a natureza até a chegada dos seringalistas, que vieram incentivados pela “febre” da borracha, durante o primeiro ciclo da borracha, que iniciou em 1880 e decaiu em 1915, devido à forte concorrência com a borracha que passou a ser produzida em grande escala no mercado asiático e os problemas que iniciaram antes da Primeira Guerra Mundial.

A chegada dos seringalistas onde habitávamos gerou um grande conflito entre índios e não índios. Eles chegaram determinados a nos capturar e nos escravizar para a extração de borracha, e também para explorar nossas terras. Outros povos que, da mesma forma, também não se renderam, foram praticamente dizimados, tendo sido massacrados como nós. Nossos antepassados lutaram bravamente contra o genocídio que exterminou vários de nossos povos, porque não estávamos preparados para tirar a vida humana, mas somente para protegê-la. Na luta para se defender, apenas poucos indivíduos sobreviveram escondidos no meio da floresta. Os que foram rendidos ficaram proibidos de falar a nossa língua, de praticar nossos costumes, crenças e tradições, o que nos levou a uma situação embaraçosa que perdurou por longos anos, sendo que até quase o momento presente, nosso povo oficialmente não era reconhecido, porque o Governo pensava que tivéssemos sido totalmente exterminados.

Nossa população é, hoje, cerca de 370 pessoas, muitas delas espalhadas pelas cidades e vivendo em condições não tão dignas. Nosso maior desafio agora é garantir nossa sustentabilidade, melhorar a qualidade de vida do nosso povo e preservar a nossa floresta de forma sustentável com o mínimo de impacto.

Organização Política

O cacique é Osmildo que hoje busca fortalecer a cultura do seu povo, como defender os direitos a uma terra demarcada. A comunidade também dispõe de professores, agentes de saúde, agentes agro florestal e ambiental.

Em 2011 foi criado a Associação Sócio Cultural e Ambiental – ASCAK com a finalidade de representar os interesses do povo kuntanawa. O objetivo da associação é promover, fortalecer, resgatar e manter a cultura e a tradição do Povo Indígena Kuntanawa; Estruturar a aldeia Kuntamanã com um centro de sustentabilidade, tradição, memória e saberes pano; Estimular ao desenvolvimento de práticas eco-sustentáveis de geração de renda que vise à melhoria da qualidade de vida e a conseqüente preservação do ecossistema local.

ASCAK estar desenvolvendo atualmente o projeto de Reflorestamento em parceria com a PUR PROJETO com duração de 3 anos. Com o objetivo de fortalecer a segurança alimentar, recuperando as áreas degradadas e melhorando a alimentação das famílias com o plantio de arvores frutífera e medicinal nas três aldeias Kuntamanã, sete estrela e restauração, como também distribuir mudas para os não indígenas que residem próximos aos Kuntanawa.

O “Projeto Kuntá” é um projeto que retrata a identidade étnica cultural e a sustentabilidade. Considerando que a floresta amazônica precisa ser preservada para garantir a qualidade de vida das futuras gerações que propomos este projeto. Nossa meta é organizar a produção para que seja um trabalho contínuo e que gere sustentabilidade para os artesões. A inserção da economia indígena no mercado, que inclui a comercialização dos produtos, necessita destes apoios, capazes de garantir a articulação entre os “ganhos econômicos” e a realidade sócio-cultural indígena

A aldeia Kuntamanã é um centro de cultura e sustentabilidade do povo kuntanawa e a mesmo tempo é uma aldeia global de intercâmbio dos povos Pano. Através do Ministério da cultura foi construído um centro cultural. Esta aldeia estar sendo estruturada para receber os projetos que se refere a sustentabilidade desde o artesanato, farmácia viva, reflorestamento, piscicultura entre outros projetos que venham agregar valores culturais, ambientais, sociais e econômico.

Potencial

· Potencial para desenvolver projetos de sustentabilidade turística na aldeia Kuntamanã e com os diversos atrativos como a terra sagrada chamada "Nova Olinda" , cachoeiras, mata virgem, fauna e flora

· Materia prima em grande quantidades de valor comercial como a Jarina conhecida como "Marfim vegetal", essências medicinais, Kunta (coco) para produção de artesanato

Carência

· Falta de recursos para implantar o saneamento básico como água e banheiros ecológicos.

· Não tem escola diferenciada, causando um atraso no resgate cultural

Dificuldades

· As comunidades não indígena que habitam RESEX e no seu entorno estão desmatando, poluindo o rio Tejo , ameaçando as nascentes dos rios e caça predatória .

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Terra não demarcada
Ministério publico determinou que a FUNAI demarcasse a terra e a mesma a lega não ter recurso. sendo que a comunidade com apoio de outros parceiros já realizou o estudo da proposta de delimitação da terra, publicado na "Nova cartografia social da Amazônia em 2009",

Sofrem preconceitos em sua identidade étnica,
tem dificuldades de acessar recursos destinados aos povos indígenas e alguns órgãos publico alegam não reconhecê-los como indígenas.

Ameaças

Exploração de petróleo próximos as suas terras já em fase de execução de estudos sísmicos, o qual só foram informados depois dos estudos quase concluídos;

Leis PEC 315 o qual dificulta o processo de regularização fundiária das suas terras;

Projeto de Reflorestamento - Plantando uma identidade