Povo Huni Kuin - Kaxinawa

                           Povo Huni Kuin  - Kaxinawa  


O povo Kaxinawá ou Huni Kuin (gente verdadeira) como eles se denominam, vive em terras situadas no Brasil e no Peru. No Brasil, o território do povo Kaxinawá localiza-se no Estado do Acre, nas regiões dos Vales do Purus e Juruá, enquanto que no Peru seu território está localizado a partir do rio Curanja. As comunidades Kaxinawá, no Estado do Acre, estão localizadas em 11 terras indígenas, das quais três são compartilhadas com os Ashaninka, os Shanenawá e os Madijá; distribuídas por cinco municípios corres-pondendo a uma área de 633.213 ha. Com uma população de aproximadamente 3.964 pessoas, perfazem um percentual de 42% da população indígena do Acre, ou seja, é o povo de maior contingente populacional do Estado. Sua língua pertence à família lingüística Pano, que eles chamam de hatxa-kuin (língua verdadeira), cuja riqueza manifesta-se inclusive pela diversidade musical.

Para os Kaxinawá a terra é de uso coletivo; as famílias, chefiadas pelos homens fazem seus roçados, utilizando os espaços disponíveis para o plantio de forma que toda a comunidade possa utilizá-los. Os trabalhos na aldeia são divididos por sexo e por idade. Há atividades realizadas somente por mulheres, outras exclusivamente por homens, algumas reservadas para os mais jovens, mas há também trabalhos que podem ser realizados por qualquer pessoa da comunidade, de ambos os sexos e de qualquer faixa etária.

Os Kaxinawá possuem uma vasta cultura material que vai desde a tecelagem em algodão, com tingimento natural, até a cerâmica feita em argila com cinzas obtidas de animais, árvores e ainda cacos de outras cerâmicas, onde são impressos os kenê (desenhos da cobra), uma espécie de marca que identifica a cultura material dos Kaxinawá, cujo significado está relacionado à coragem, força, poder e sabedoria. O artesanato se configura como uma das principais fontes de renda das famílias Kaxinawá, devido ao seu belo design tem uma grande aceitação no mercado regional e até mesmo nacional.

 

 

Na sociedade Kaxinawá, tradicionalmente, há uma organização social que gira em torno de grupos de famílias extensas, com destaque a duas figuras: a liderança e o pajé. A liderança porque tem um poder político de arregimentar a comunidade em torno dos interesse da coletividade, e o pajé porque tem o poder espiritual, da cura, de fazer e desfazer feitiços, o poder mágico-religioso.

Embora os pajés tenham sido uma das figuras mais atingidas das sociedades indígenas durante o processo de colonização da Amazônia, a sociedade Kaxinawá ainda os mantém como elemento significativo em sua cultura. Os colonizadores sabiam que extinguindo o poder mágico-religioso e político das sociedades indígenas, minava-se a base da organização social das populações nativas. Todavia, os Kaxinawá resistiram. Mesmo vivendo em uma correlação desfavorável de forças com a sociedade envolvente, sendo vítimas de discriminação e preconceitos, ainda assim mantêm vivos aspectos essenciais de suas tradições, como por exemplo, o ritual xamânico. Na cultura Kaxi-nawá, o xamanismo, propicia a ligação das pessoas com o yuxin, que está fora da natureza e fora do humano, é o sobrenatural e o sobre-humano. Através dos poderes do pajé, que vão desde conhecimentos para curar doenças até o contato com o lado espiritual da realidade se estabelece a ligação dos Kaxinawá.

Além de manter viva sua identidade cultural, os Kaxinawá, através de suas entidades representativas conseguem equilibrar suas relações com a sociedade envolvente. Tanto os do Vale do Juruá, quanto os do Purus possuem associações, que viabilizam projetos que vão desde a produção agrícola, importante para a subsistência das comunidades, até atividades de educação escolar, fundamentais, na medida em que proporcionam o letramento, um importante instrumento de resistência que permite às comunidades indígenas ler os códigos da sociedade envolvente, além de viabilizar um resgate e revitalização cultural.

Dentre as organizações indígenas há, por exemplo, a ASKARJ (Associação dos Seringueiros Kaxinawás do Rio Jordão) ou a APAMINKTAJ (Associação das Produtoras de Artesanato das Mulheres Trabalhadoras de Tarauacá e Jordão), atuando no interesse das comunidades Kaxinawá. Por meio de associações como essas são firmadas parcerias com organizações não-governamentais indígenas e não-indígenas, tais como a CPI/AC (Comissão Pró índio do Acre), com projetos na área educacional ou a UNI (União das Nações Indígenas) que no ano de 2001 realizou o 1º Encontro das Artesãs Indígenas do Acre e sul do Amazonas. Outras entidades, como a OXFAM/Inglaterra ou a WWF, viabilizaram projetos no intuito de garantir a utilização racional e preservação de recursos naturais existentes nos territórios indígenas. Outras instituições têm firmado parcerias com o povo Kaxinawá, com destaque para ações na área de produção extrativista, como o BASA (Banco da Amazônia) ou o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social). Há também entre os Kaxinawá e os demais povos a presença da União através da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) que concentra seus esforços em processos de identificação e demarcação das terras indígenas.

Os povos indígenas, e nesse caso os Kaxinawá, vivem um constante confronto entre as suas tradições e as imposições da sociedade envol-vente; do mundo urbano, ou civilizado, como alguns etnocentristas denominariam, e a realidade dos homens que vivem na floresta e dela tiram seu sustento. Nesse contexto de disputas que perpassam a questão agrária, indo até a cultura desses povos, é que se organizam as lutas pelo respeito ao direito de ser o que se é. O direito de ter direito a ser índio. Os povos da floresta mantêm suas tradições, suas crenças, suas culturas vivas dentro de si, mostrando uma força que nem os mais de 400 anos de colonização e massacre amazônicos foram capazes de romper, fazendo ver e crer que é a partir da afirmação de sua identidade indígena que terão seus direitos e seus anseios assegurados.

Potencialidades:

·                               Desenvolve agricultura família 

·                                Produzem artesanato como forma de desenvolvimento econômico

·                                Praticam suas culturas como cantos, danças

·                                Utilizam  o conhecimento medicinal

·                               Língua materna  100% praticada

·                                Suas terras são um santuário de floresta nativa, flora, fauna.

Dificuldades:

·                                Terras em divisa com o peru o qual sofrem com a extração de madeira ilegal por parte dos peruanos,

·                               Caça predatório por invasores não índio,

·                                Peruanos invasão das terras dos índios isolado, o qual estar gerando conflitos com povos huni kuin  do rio jordão, fazendo com que eles deixem suas malocas

·                                Falta de qualidade no atendimento a saúde.

·                                Falta de apoio financeiro para as iniciativas  culturais.

 

 

 

Huni kuin Caucho

 

 



Potenciais:

·         Fala língua materna
·         Praticam suas festas tradicionais, pinturas corporais, desenvolve sua espitiritualidade
·          Escola com educação diferenciada implantada
·          Praticam conhecimento das medicinas tradicionais
·          Desenvolve o étno turismo.


Dificuldades:

·        Escassez de alimentação tradicional (caça e pesca )
·       Consumo de alimentos industrializados  gerando lixo e poluição
·     Falta de apoio financeiro para os intercâmbio e iniciativas culturais por parte dos órgãos publico.
 


















 



Fotos Hini kui Caucho










































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